Vômito em Gatos

Foto: Reprodução

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O assunto pode parecer desagradável, mas os vômitos são tão comuns em gatos que merecem uma atenção especial.

Vômito ou êmese é a expulsão ativa de conteúdo do estômago ou da porção inicial do intestino delgado com ou sem a presença de bile, aquele líquido amarelo-esverdiado frequentemente encontrado pelos proprietários de gatos. Os movimentos que antecedem essa expulsão são muitas vezes bem intensos, onde o gato emite sons altos, estica o pescoço para frente e abre bastante a boca. Algumas vezes o gato apresenta salivação intensa antes ou depois do vômito, uma característica típica de náusea.

O que é de fundamental importância para o veterinário é saber se o gato apresenta vômitos ou regurgitação. De uma maneira geral a regurgitação é um processo praticamente passivo, sem grandes esforços, sem náusea e que costuma ocorrer logo após a ingestão de alimento ou água. Quando um gato regurgita ele praticamente não se incomoda com isso, como se o conteúdo saísse pela boca naturalmente e o conteúdo é quase sempre alimento não digerido do formato do esôfago (tubular).

TIPOS DE VÔMITO

O vômito varia de acordo com seu conteúdo, que pode ser:

– alimentar: geralmente de coloração amarronzada, devido à presença de ração digerida;

– biliar: coloração amarelo-esverdiada. A presença de bile no vômito geralmente indica que não há mais conteúdo alimentar para ser expelido e é um sinal também de que não há obstrução na saída do estômago;

– pelos: consistência bem firme e do formato de uma pequena linguiça. A presença de pelos no estômago é chamada de tricobezoar ou  a famosa “bola” de pelos e é mais comum nos animais de pelo longo. Gatos se lambem bastante, o que os faz engolir muitos pelos. Esses ficam acumulados no estômago até que o gato consiga expeli-lo, o que geralmente acontece.

– hematêmese (vômito com sangue): líquido ou pastoso com variação de colocaração que vai desde fios de sangue até um vermelho intenso, bem escuro. Esse tipo de vômito é pouco comum nos gatos e pode estar associado desde uma gastrite até envenenamento (p.ex. veneno de rato);

– fecal: fezes podem sair junto com o vômito embora seja extremamente raro em gato. Quando esse sintoma ocorre é indicação de algum tipo de obstrução grave no trato gastrointestinal e deve ser tratado como emergência.

CAUSAS

São diversas as causas de vômitos nos gatos, portanto pode ser muito difícil para o médico veterinário concluir sua hipótese diagnóstica baseando-se apenas na presença de vômitos. Dentre as doenças diretamente relacionadas com o trato gastrointestinal encontram-se a doença intestinal inflamatória, intolerância/alergia alimentar, gastrite, linfoma alimentar, obstipação (quando o gato não consegue evacuar), obstrução por corpo-estranho e parasitas intestinais ou gástricos.

Outras causas de vômitos, mas que não estão diretamente relacionadas com o trato gastrointestinal são: diabetes, hipertireoidismo, doença renal crônica ou aguda, obstrução da uretra (machos), doenças do fígado (p.ex. lipidose hepática), pancreatite, intoxicação por plantas, veneno ou medicamentos, dor acentuada em qualquer local, peritonite e distúrbios neurológicos.

DIAGNÓSTICO

Devido à imensa lista de causas de vômitos o veterinário se baseia principalmente na história clínica, antecedentes do gato e exame físico durante a consulta. Quanto maior o número de informações, melhor!

Após seguir uma linha de raciocínio é possível que o veterinário peça alguns exames para auxiliar, como dosagens hormonais, hemograma, funções renais e hepáticas, exame de urina e de imagem, como raios-x e ultrassom. Entretanto outros exames podem ser adicionados de acordo com a suspeita médica.

TRATAMENTO

Existem no mercado diversos medicamentos bastante efetivos contra o vômito e a náusea, porém é preciso tratar a causa do vômito, assim como suas consequências, como a desidratação, através da reposição de fluido por via subcutânea ou intravenosa. Muitas vezes o gato apresenta fraqueza pelo excesso de vômitos e isso se deve à perda de eletrólitos, que devem ser repostos juntamente com o soro. Além disso, é preciso tratar os costumeiros sintomas associados ao vômito, como a diarreia e falta de apetite.

Para “bolas” de pelos é possível oferecer graminha para o gato e escovar com mais frequência os pelos. No mercado existem diversos produtos que ajudam a minimizar esse problema, mas só deve ser oferecido após recomendação veterinária.

QUANDO PROCURAR AJUDA MÉDICA

Um gato sadio pode apresentar vômitos esporádicos sem que isso comprometa sua saúde, mas quando a frequência aumenta é hora de procurar ajuda. Não é normal, por exemplo, um vômito por semana, muito menos todos os dias.

Vômitos com sangue ou fezes devem ser considerados sempre uma emergência, por isso o gato deve ser levado imediatamente ao pronto atendimento veterinário.

Como descrito acima o vômito pode ser consequência de intoxicações medicamentosas, por isso é muito importante não oferecer nenhum medicamento sem prescrição veterinária.

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