Endocrinologia veterinária

Foto: Reprodução

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Endocrinologia veterinária é a especialidade responsável pelo diagnóstico e tratamento de doenças que afetam as glândulas produtoras de hormônios (glândulas endócrinas) nos animais.

Veterinário endocrinologista

O médico veterinário especializado em endocrinologia veterinária tem por objetivo atuar na prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação da saúde dos pets que apresentam doenças endócrinas, ou seja, doenças relacionadas com a produção de hormônios. Embora, no Brasil, o uso do termo endocrinologista veterinário seja usual, na atualidade, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) ainda não confere este título ao médico veterinário. O CFMV confere o título de especialista em apenas seis áreas: Medicina Veterinária Intensiva, Homeopatia, Cirurgia, Anestesiologia, Higiene Alimentar e Patologia.

Desta forma, o médico veterinário especializado em endocrinologia é o profissional que além de atuar exclusivamente nesta área possui diploma de pós-graduação (mestrado ou doutorado) ou de especialização (pós-graduação Latu Sensu) na área de endocrinologia. Atualmente, no Brasil, existe um único curso de pós-graduação Latu Sensu em endocrinologia e metabologia veterinária, com duração de dois anos, promovido pela Associação Nacional de Clínicos Veterinários de São Paulo (ANCLIVEPA-SP) e coordenado pela responsável por esta coluna. Além da Anclivepa-SP, existe também a Associação Brasileira de Endocrinologia Veterinária (ABEV), que tem por finalidade congregar os médicos veterinários e alunos do curso de medicina veterinária que possuem interesse na especialidade, visando ao estudo, ao ensino e à pesquisa da endocrinologia veterinária.

Endocrinologia Veterinária

Endocrinologia veterinária é a especialidade responsável pelo diagnóstico e tratamento de doenças que afetam as glândulas produtoras de hormônios (glândulas endócrinas). Os hormônios são substâncias químicas que controlam o metabolismo, o crescimento, o desenvolvimento e a reprodução, além de atuarem na adaptação dos animais ao meio ambiente.

As glândulas endócrinas situam-se em diferentes partes do corpo, sendo que as principais são: hipotálamo, hipófise, tireoides, pâncreas, adrenais, ovários e testículos. Estas glândulas podem desenvolver problemas no seu funcionamento de forma a produzir hormônios em quantidade insuficiente ou em excesso.

A seguir apresentamos uma ilustração sobre as principais glândulas endócrinas, os hormônios e as doenças associadas.

Endocrinologia Veterinária

Endocrinologia Veterinária

Doenças Endócrinas

As doenças endócrinas mais freqüentes são diabetes mellitus (deficiência absoluta ou relativa do hormônio insulina), hipotireoidismo (deficiência dos hormônios da tireóide), hipertireoidismo(produção excessiva de hormônios tireoidianos), hiperadrenocorticismo (produção excessiva de hormônios produzidos pelas adrenais) e hipoadrenocorticismo (deficiência dos hormônios produzidos pelas adrenais).

Metabologia Veterinária

A endocrinologia além de ser uma especialidade que estuda os desequilíbrios hormonais, também se dedica a problemas relacionados ao metabolismo, ou seja, o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. Este conjunto dos mecanismos químicos são necessários ao organismo para a formação, desenvolvimento e renovação das estruturas das células, e também para a produção de energia necessária às manifestações interiores e exteriores da vida.

Obesidade em cães e gatos

Um exemplo de doença relacionada ao metabolismo é a obesidade. Definida como sendo o acúmulo excessivo de gordura, a obesidade decorre da alteração no balanço energético, na qual a ingestão é maior que o consumo calórico. É uma doença grave, de incidência crescente entre cães e gatos, e responsável pela menor qualidade de vida dos animais de estimação. O excesso de peso diminui a expectativa de vida: cães obesos vivem em média dois anos a menos quando comparados aos cães com peso ideal. Em resumo, “gordinho” não é sinônimo de saúde!

Hiperlipidêmica nos pets

Outra desordem metabólica que merece destaque é a hiperlipidêmica, ou seja, o aumento dos níveis de colesterol e/ou triglicérides (gordura) no sangue. Os pets com esta alteração podem apresentar dor abdominal, vômitos, diarreia, problemas oculares e convulsões.

Sintomas de doença endócrina em cães e gatos

Beber muita água e urinar exageradamente, apresentar um apetite exacerbado, ganhar ou perder peso em excesso, apresentar distensão abdominal, sonolência, “preguiça”, tremores, lesões de pele recidivantes são sintomas (alterações) que podem ser compatíveis com algum distúrbio de causa hormonal, ou seja, uma doença endócrina que cães e gatos podem apresentar. Assim, é preciso muita atenção: ao perceber uma ou mais alterações semelhantes às listadas anteriormente, é hora de visitar o veterinário especializado em endocrinologia.

Diagnóstico e Tratamento

Para se estabelecer o diagnóstico de uma endocrinopatia ou doença metabólica é necessária uma avaliação completa do paciente, a qual deve incluir a história clínica do pet, um minucioso exame clínico, exames complementares, dosagens hormonais e testes funcionais. Estabelecido o diagnóstico, o tratamento a ser adotado deve levar em consideração o quadro clínico do paciente e a etiopatogenia (estudo das causas ou do desenvolvimento) da doença.

O ideal é que o paciente seja acompanhado periodicamente, durante o tratamento, pelo médico veterinário especializado em endocrinologia e metabologia veterinária e também pelo médico veterinário clínico geral.

Considerações finais

 

Periodicamente apresentaremos aqui matérias explicando em uma linguagem de fácil entendimento cada uma das doenças endócrinas e metabólicas que podem afetar a saúde dos cães e gatos. Lembrem-se sempre: quando se trata de saúde, o tempo é precioso! Consulte sempre o médico veterinário!

Dra. Alessandra Martins Vargas
CRMV-SP 10089

Fonte: Petshop Portal

Equipe NúcleoVet

Cachorro mumificado é a primeira prova arqueológica de parasitas em cães

O cão foi achado por arqueólogos franceses durante as expedições de 2010 e 2011 em El Deir
Foto: Cecile Callou

Foto: Cecile Callou

Um cachorro mumificado encontrado em um sítio de escavação no Egito representa a primeira evidência arqueológica de parasitas que se alimentam de sangue em cachorros.

cão foi achado por arqueólogos franceses durante as expedições de 2010 e 2011 enquanto estudavam centenas de outros cães mumificados em El Deir. Os animais estavam em tumbas perto de uma fortaleza romana construída no final do terceiro século D.C. A maioria das tumbas principais foram construídas entre o quarto século A.C. e o quarto século D.C.

Segundo Jean-Bernard Huchet, arqueoentomologista no Museu de História Natural em Paris:

Embora a presença de parasitas, bem como doenças ectoparasitas de origem, nos tempos antigos já eram uma suspeita desde os escritos dos grandes estudiosos gregos e latinos, esses fatos não foram arqueologicamente comprovados até agora.

Foi possível encontrar anexados na orelha direita e na pele 61 carrapatos e 1 piolho. A equipe levanta a hipótese de que o cão tenha morrido de uma doença transmitida por carrapatos, como a babesiose canina.

Segundo a arqueozoologista Cecile Callou, do museu de História Natural em Paris, os cães, por também serem considerados encarnações vivas de princípios divinos, eram associados a divindades. Porém, não se sabe ao certo sobre o passado desses animais e o motivo das mumificações, de ondem vinham, se eram cães domésticos ou se os seus donos haviam morrido.

A maioria das investigações foram feitas em El Deir e no Museu de História Natural em Paris com fotos de alta resolução ampliadas, porém seria necessário testes mais especializados. Através dessas evidências, muitas questões sobre a origem de algumas doenças na história, sua distribuição geográfica e a relação entre parasitas e a evolução humana e animal poderiam ser elucidadas.

O problema fica em torno do governo egípcio que não permite a exportação de material arqueológico.

Os achados foram divulgados na edição online da International Journal of Paleopathology.

Via Huffington Post