Filhotes de gatos cuidados com a saúde

Ter Filhotes em casa é muito bom. Mas é preciso estar atento aos cuidados necessários para que o felino cresça saudável e viva bastante. 

Filhotes de gatos – Fases de vida

 

  • Período pré-natal – últimas semanas da gestação até o parto
  • Período neonatal – (onde ocorre a maior taxa de mortalidade) que é o período do parto até o 10º dia (onde ocorre abertura dos olhos)
  • Período de transição – entre o 10º e 20º dias
  • Período de socialização – entre 3ª e 8ª semanas
  • Período juvenil – da 8ª semana até a puberdade.

Filhotes de gatos – Período neonatal

Nesta fase os olhos e ouvidos ainda estão fechados, e os gatinhos são poiquilotérmicos parciais, ou seja dependem da mãe e irmãos para manter a temperatura corpórea. Nessa fase a temperatura interna dos gatinhos é cerca de 3ºC mais baixa do que aquela observada por volta das 5 semanas de vida (35.5ºC ao invés de 38,5°C) e por isso são muito sensíveis ao frio. Quando lhes falta calor, seus movimentos tornam-se mais lentos e ficam até impossibilitados de mamar.

Filhotes de gatos – Tato, Olfato e Paladar

O tato, olfato e paladar já são funcionais, eles mamam a cada 1-2 horas e dormem a maior parte do tempo. O cordão umbilical cai aos 2-3 dias, e a ingestão do colostro se dá entre 24 e 72 horas, sendo fundamental para a saúde do gatinho. A colonização bacteriana intestinal de dá por volta de 2 dias a 5 semanas, por isso é bem importante evitar antibióticos nesta fase.
Na fase neonatal os maiores problemas que podem ocorrer são: hipóxia, defeitos congênitos, hipotermia severa, hipoglicemia, desidratação, má digestão pneumonia por aspiração, eventração, septicemia, síndrome do leite tóxico (no caso de mastite na mãe), isoeritrólise neonatal (incompatibilidade dos tipos sanguíneos da mãe e filhote), síndrome hemorrágica e morte súbita. Qualquer alteração que se note nesta fase deve ser levada imediatamente para uma avaliação de um veterinário, sendo que os principais sinais observados são fraqueza, debilidade, vocalização, inquietude, isolamento dos demais, vomito e diarréia.

Filhotes de gatos – Período de transição

Nesta fase ocorre o aparecimento dos dentes incisivos e caninos decíduos, e ocorre a maturação sensorial e da audição. Inicia a conduto instintiva de desmame, eles defecam e urinam sozinhos a partir da 3ª semana, e nesta fase já dormem menos. Ocorre o estabelecimento dos primeiros vínculos, o apego cria-mãe se torna a referência e já começam as brincadeiras, respondem mais a estímulos, a mãe começa “castigar” e não se deve interferir. Deve-se cortar as unhas para não machucar a mãe durante as mamadas. Os gatinhos dobram de peso em 14 dias e triplicam na terceira semana.

Filhotes de gatos – Período de socialização

Nesta fase deve iniciar a inibição da mordedura, brincadeiras e interações, experiências táteis, contatos com outras espécies. A orientação auditiva ocorre entre 25-28 dias e a visual em 4 semanas. A ruptura do apego com a mãe ocorre por volta de 6 semanas onde se inicia atividades exploratórias, contatos, interações, captação das experiências do meio externo, respostas ao medo e ao desconhecido, nesse período deve-se acostumar com barulhos, com saídas e ter experiências agradáveis com o veterinário.

Filhotes de gatos – Necessidades hídricas

As necessidades hídricas dos filhotes são de 130-180ml/kg/dia e calóricas de 220kcal/kg/dia. O uso da vasilha sanitária se dá por volta de 3 semanas.
O período de maior susceptibilidade à doenças ocorre entre 5 e 8 semanas de vida, onde os anticorpos adquiridos da mãe começam a declinar, e uma boa resposta imunológica se dá entre 8 e 12 semanas ( período que se inicia o protocolo vacinal).

Filhotes de gatos – Desmame

O início do desmame se dá entre 3 – 6 semanas e deve ser no máximo até 7 semanas. Deve-se ir separando a mãe e iniciando alimentos pastosos na 3ª semana, entre 5 e 6 semanas já podemos introduzir alimentos sólidos. Os gatinhos devem ter alimento ad-libidum (ou seja, oferecidos à vontade durante todo o dia). O desmame deve ser bem planejado, progressivo e lento, para adaptação do trato gastrintestinal e enzimas digestivas. Se o desmame ocorrer de forma rápida e precoce, o gatinho fica com “mania de sucção” mamando em cobertores, roupas ou qualquer objeto.

Filhotes de gatos – Cuidados

Exame clínico, vacinação deve ser feito entre 6 e 8 semanas, assim como profilaxia para endo e ectoparasitas. Deve-se realizar o exame de FIV/FeLV (no caso de fiv positivo, deve-se repetir após 6 meses de vida). Deve-se ficar atento ao ambiente, para evitar quedas, choques, corpo estranho (principalmente fios e linhas), e hipoglicemia por jejum prolongado e estresse.

Filhotes de gatos – Controle Parasitário

O controle parasitário se inicia na 2ª semana, sendo que os principais parasitas são:

  • Ascarídeos (ou “lombrigas”) – ocorre em cerca de 20% dos animais, sendo que em gatis pode chegar a 60%. Fazem o ciclo entero-pneumo-enteral, causando tosse, emagrecimento, distenção abdominal, vômito, diarréia e constipação. É uma zoonose, ou seja, pode ser transmitido ao homem. A transmissão se dá pela via placentária (10 dias) e via amamentação (por volta de 5 semanas).
  • Ancilostomídeos (se alimentam de sangue) – mais relacionado a ambientes úmidos e com grandes populações. A transmissão é por via transcutânea ou ingestão, e também se trata de uma zoonose. Ocorrem pápulas cutâneas, rouquidão, pneumonia, anemia grave e gatroenterite hemorrágica.
  • Teníase – entre 6 e 8 semanas, ocorre fezes pastosas e prurido anal. Se trata de uma zoonose , principalmente para crianças, e a forma de transmissão é por ingestão.
  • Giárdia: é um protozoário, também uma zoonose, a transmissão se dá pela ingestão dos cistos (que são resistentes à umidade e sensíveis ao calor) ocorre entre 4 e 5 semanas, causando diarréia, emagrecimento, polidipsia (sede intensa).

Filhotes de gatos – Vermifugação

 

  • 2, 4, 8 e 12 semanas de idade
  • 4, 5, e 6 meses de idade. Após a cada 4 ou 6 meses de idade, dependendo do estilo de vida do gato
  • Na gestante, deve ser antes da cobertura e 10 dias antes do parto.

Filhotes de gatos – Imunização

Imunização passiva: ocorre através da placenta e do colostro. O colostro deve ser ingerido entre 6h-24h, e os níveis de anticorpos dependem da taxa sérica da mãe, do tamanho da ninhada (nível menor em ninhadas maiores que 5 filhotes), da precocidade da primeira ingestão, e da permeabilidade intestinal individual.

Filhotes de gatos – Vacinação

As vacinas podem ser inativadas ou atenuadas.

  • No caso das inativadas, na primeira dose ocorre a sensibilização do sistema imune e na segunda dose uma elevada produção de anticorpos.
  • Nas atenuadas, na primeira dose ocorre elevada produção de anticorpos e na segunda dose não corre nenhum efeito imunológico, sendo necessária apenas para evitar a interferência dos anticorpos maternos.

Filhotes de gatos – Vacinas inativadas

As vacinas inativadas são indicadas para fêmeas prenhes, e FIV ou FeLV positivos, pois não ocorre o risco de reversão da virulência (reações vacinais causando sintomas da própria doença)

Filhotes de gatos – Vacinas atenuadas

As vacinas atenuadas são indicadas para gatis, pois ocorre uma resposta mais rápida. Não deve ser aplicada em fêmeas prenhes ou animais imunossuprimidos, nem em filhotes menores de 4 semanas de vida.

Filhotes de gatos – Vacinas essenciais

São vacinas Essenciais: contra panleucopeniaherpesvírus e calicivirus, assim como Raiva felina.

  • Panleucopenia: a primeira dose deve ocorrer entre 8 a 9 semanas, e a segunda entre 12 e 14 semanas. A duração dos anticorpos maternos varia de 6 a 8 semanas, e revacinação deve ser anual.
  • Herpervírus: A vacinação protege os gatos da doença, da excreção viral e da recorrência da doença, mas não protege contra a infecção e desenvolvimento do estado de portador. Gatos nunca vacinados devem receber duas doses, independente da idade. A duranção dos anticorpos maternos é de cerca de 4 a 10 semanas, e a revacinação deve ser anual.
  • Calicivirus: protege os gatos da doença, mas existem cepas diferente entre as vacinas. A vacinação não protege contra a infecção e excreção viral. Gatos nunca vacinados também devem receber de duas a três doses, a duração dos anticorpos maternos é de 4 a 14 semanas e a revacinação deve ser anual.
  • Vacina antirrábica (ou contra Raiva felina): zoonose grave, incurável. vacina exclusivamente inativada, obrigatória pela legislação. A duração dos anticorpos maternos é de até 12 semanas, a revacinação deve ser anual.

Filhotes de gatos – Vacinas não essenciais

Vacinas não essenciais,, que devem ser usadas de acordo com cada ocasião avaliando-se o risco/beneficio : Clamidiose e Leucemia Viral Felina.

  • Clamidiose: é uma vacina não essencial, protege contra a doença, mas não contra a infecção. O risco real de exposição é em gatis. A primeira dose deve ocorrer de 8 a 10 semanas, a duração de anticorpos maternos é de 4 a 8 semanas, e a revacinação é anual.
  • Leucemia Felina: Vacina não essencial, somente para gatos com risco real de exposição, o ideal é testar antes. Os anticorpos maternos duram de 4 a 8 semanas, e a vacina não protege contra infecção, sendo que podem ocorrer testes transitoriamente positivos. A primeira dose deve ser entre 8 a 9 semanas, com revacinação anual.

Filhotes de gatos – Período Juvenil

De 8 semanas até a puberdade. Nesta fase ocorre o desenvolvimento motor e comportamental, ocorre a independência da mãe e irmãos, normas de higiene, micção, defecação. Neste período é recomendada a castração dos animais, antes que entrem na fase reprodutiva,. Evitando doenças relacionadas a produção hormonal, como tumores de mamas principalmente.

Gatos – Puberdade

Maturidade sexual e capacidade reprodutora. Na fêmea ocorre o primeiro cio, por volta de 4 a 12 meses e no macho o aparecimento de espículas penianas, capacidade de cópula e ejaculação. Muitos fatores podem influenciar, como peso, fotoperíodo, deficiências nutricionais, presença de indivíduos da mesma espécie. Aqui o gatinho está pronto para iniciar a vida adulta.

Dra. Beatriz Rose Mattes CRMV-SP 19478
Felinos

Cães mancando: Luxação de patela em cães pequenos e gatos

O que é a luxação patelar em cães e gatos?

A luxação de patela ocorre muito nos cães, mas pode acometer também os gatos, esta patologia é diagnosticada com mais frequência em cães.
luxação de patela pode ser medial ou lateral sendo que as mediais são mais comuns em raças “Micro, Toy e Pequeno Porte” e as luxações laterais em raças de médio e grande porte. Elas podem ocorrer por trauma ou mais comum por deformidades ósseas na tíbia ou no fêmur. Essas deformidades podem levar a diferentes graus de luxação de patela (grau 1 a grau 4).

Luxação de patela
Texto - Luxação de Patela

Sintomas de uma luxação patelar de grau 1 e 2

Os pacientes que possuem luxação de patela num grau mais leve (1 e 2) normalmente quando estão passeando eles dão um chute para trás, pois a patela luxa eles jogão a pata para trás com isso a patela volta para o lugar, esse tipo de patologia pode levar ou não a uma claudicação (mancar).

Sintomas de uma luxação patelar mais grave de grau 3 e 4

Já nos graus mais avançados (grau 3 e 4), a patela esta sempre luxada e isto leva a sérios problemas a essa articulação e o paciente terá um andar diferente, a pata não estica totalmente, dificuldade para correr ou levantar.

Prevenção da luxação patelar

Não há prevenção, pois os pacientes nascem com esta patologia e o grau pode evoluir com a idade, exceto quando traumático.
Se o paciente tem dor (manca) e o grau já esta em 3 ou 4 tem que tratar cirurgicamente.

Luxação patelar em cachorros pequenos (causas)

Esta patologia pode ser adquirida ou congênita. As raças mais frequentes são York Shire, Poodle, Ihasa Apso, Shitzu, Pincher, entre outros.

Quais os casos que deve- se levar o cão ao ortopedista veterinário

Quando observar claudicação (mancar), dificuldade para correr ou levantar.

Tratamento da luxação Patelar

Os tratamentos para luxações de grau 1 e 2 podem ser clínicos (medicamentos, fisioterapia) e para os graus 3 e 4 sempre cirúrgico.

Pós operatório da luxação patelar

No pós operatório o paciente tem que fazer repouso absoluto por 30 dias e fisioterapia após 5 dias da cirurgia.

Considerações finais:

A luxação de patela é muito frequente em cães principalmente em raças Toys, Micro e de Pequeno Porte e muitas vezes não é diagnosticada levando a sérios problemas para esta articulação do joelho, então caso seu cão tenha algum destes sintomas procure um Ortopedista Veterinário.

 

Equipe NucleoVet

Obesidade em Cães e Gatos

Obesidade em Cães e Gatos é definida como sendo o acúmulo excessivo de gordura, decorrente de alteração no balanço energético, no qual a ingestão (consumo de alimento) é maior que o consumo calórico (gasto energético).
Atualmente a obesidade é a desordem nutricional mais frequente tanto em cães como também em gatos. Em todo o mundo a incidência da obesidade em cães varia entre 25 a 40%. O aumento na incidência de obesidade deve-se principalmente ao sedentarismo em que têm vivido os animais de companhia.
Além disso, o desenvolvimento de alimentos altamente calóricos e palatáveis para cães e gatos contribui para o desbalanço energético que leva à obesidade.

Animais Castrados a Obesidade é mais frequente

A incidência deste distúrbio metabólico aumenta com a idade, sendo mais frequente em fêmeas quando comparadas a machos da mesma faixa etária. Outro fator predisponente é a castração dos animais (a obesidade é duas vezes mais frequente em animais castrados, independentemente do sexo). Na espécie canina, a obesidade é diagnosticada, dentre outros métodos, quando o cão apresenta seu peso corporal 15% acima do peso ideal (estabelecido nas tabelas de peso padrão de acordo com a raça). Outra técnica bastante simples e válida para a rotina clínica baseia-se na inspeção e palpação dos pacientes. Nos cães e gatos as costelas devem ser facilmente palpáveis, e, além disso, quando vistos de cima esses animais devem apresentar forma de ampulheta. Apesar deste método não ser ideal (devido a sua subjetividade), é o método mais utilizado.

Distúrbio Nutricional em Cães e Gatos

A obesidade é na realidade um distúrbio nutricional que acarreta aos seus portadores disfunções na fisiologia de diferentes sistemas orgânicos (cardiovascular, osteoarticular, imunológico, digestório e endócrino) além de um prejuízo óbvio à qualidade de vida e consequente redução na expectativa de vida. Um programa bem sucedido de emagrecimento é um processo composto por várias etapas que exige comprometimento dos tutores do paciente, um plano nutricional, programa de exercícios físicos acompanhados, monitoramento metabólico e hormonal do paciente e acompanhamento do médico veterinário especializado em endocrinologia e metabologia veterinária e do médico veterinário clínico geral.

 

Doenças endócrinas em Cães e Gatos

Doenças endócrinas ou Endocrinopatias são doenças que afetam as glândulas produtoras de hormônios (glândulas endócrinas), e que os hormônios são substâncias químicas que controlam o metabolismo, crescimento, desenvolvimento e a reprodução, além de atuarem na adaptação dos animais ao meio ambiente.
As glândulas endócrinas também podem desenvolver problemas no seu funcionamento de forma a produzir hormônios em quantidade insuficiente ou em excesso. Veja no post endocrinologia veterinária a localização das principais glândulas endócrinas, os hormônios e as doenças associadas para uma melhor compreensão.

Hipo ou Hiper? Qual a diferença?

Utiliza-se o prefixo “hipo” quando uma doença endócrina é causada por deficiência de hormônio. Já o prefixo “hiper” refere-se à doença endócrina relacionada ao excesso de hormônio.

Veja no exemplo abaixo:

  • Hipoadrenocorticismo – As glândulas adrenais não produzem hormônio em quantidade suficiente
  • Hiperadrenocorticismo – As glândulas adrenais produzem hormônio em quantidade excessiva

Em algumas ocasiões, a mesma doença endócrina pode ter outro nome associado, ou seja, de acordo com o nome do pesquisador que fez o seu primeiro relato. Vamos voltar ao exemplo anterior para compreender melhor:

  • Hipoadrenocorticismo ou Doença de ADDISON – THOMAS ADDISON, médico britânico, foi o primeiro a descrever esta doença endócrina em 1855
  • Hiperadrenocorticismo ou Síndrome de CUSHING – HARVEY WILLIAM CUSHING, médico e neurocirurgião norte-americano, descobriu em 1912 esta endocrinopatia

Esses foram apenas exemplos para nos ajudar a entender os termos.

Principais doenças endócrinas em cães e gatos

Diabetes Mellitus em Cães e Gatos

doença em que as concentrações (níveis) de glicose (açúcar) no sangue são muito elevadas, geralmente resultantes da deficiência absoluta ou relativa do hormônio insulina. A glicose presente na corrente sanguínea é proveniente do alimento ingerido e precisa entrar nas células do corpo para que seja utilizada para a produção de energia. O hormônio insulina é o responsável pela entrada da glicose nas células do organismo. Na ausência deste hormônio, as células não conseguem captar a glicose e com isso, os níveis de açúcar no sangue permanecem elevados.

Diabetes Mellitus em Cães e Gatos – Sintomas e Diagnósticos

O diagnóstico da doença baseia-se na presença de sintomas compatíveis com esses distúrbios:

  • Poliúria (urinar em excesso)
  • Polidpsia (beber muita água)
  • Polifagia (apetite exagerado) com ou sem emagrecimento e na constatação de hiperglicemia (aumento da concentração de glicose no sangue) em jejum e de glicosúria (presença de açúcar na urina do paciente)

Diabetes Mellitus em Cães e Gatos – Tratamento

Após o diagnóstico, o tratamento deve ser iniciado imediatamente. A escolha do tratamento a ser adotado deve levar em consideração o quadro clínico do paciente e a etiopatogenia (estudo das causas ou do desenvolvimento) da doença. Os cães necessitam de aplicações diárias de insulina além de uma dieta específica para diabéticos. Em gatos há uma particularidade importante: se o diabetes for diagnosticado e tratado adequadamente no início da doença, é possível que o paciente felino seja curado, isto é, deixe de ser diabético.

Diabetes Insipidus em Cães e Gatos

Causadas por problemas relacionados ao hormônio antidiurético, também chamado de ADH ou vasopressina. Os pacientes acometidos por esta doença urinam em excesso e ingerem grande quantidade de água. Estas duas manifestações clínicas (urinar em excesso e beber muita água) são os sintomas mais importantes do diabetes insipidus e normalmente os únicos vistos em cães e gatos. Alguns pacientes perdem peso devido ao forte desejo de beber água que supera a sensação de fome. Estes pacientes devem sempre ter à disposição a água, para que não corram o risco de desidratação. O medicamento utilizado para o tratamento atua de maneira semelhante ao ADH. O tratamento é realizado por toda a vida do paciente.

Hipotireoidismo em Cães e Gatos – Sintomas

Trata-se de uma desordem sistêmica que resulta de concentrações séricas inadequadas de hormônios tireoidianos. As manifestações clínicas desta doença incluem:

  • Obesidade
  • Letargia, fácies trágica (paciente apresenta olhar triste)
  • Alopecia (áreas do corpo com ausência de pêlos)

E outras alterações dermatológicas (seborreia e piodermite, por exemplo).

Hipotireoidismo em Cães e Gatos – Diagnóstico e Tratamento

Estabelecer o diagnóstico desta endocrinopatia não é uma missão muito fácil, devido à falta de um único teste que forneça uma confirmação acurada do diagnóstico clínico. Além disso, a presença de fatores como raça, doença sistêmica e administração de medicamentos podem alterar os resultados dos testes de função tireoidiana, tornando difícil a sua interpretação. O diagnóstico deve ser determinado com base nos achados clínicos, exames laboratoriais de rotina e testes de função tireoidiana. O tratamento consiste em reposição hormonal. Utiliza-se o hormônio tireoidiano sintético conhecido como levotiroxina.

 

  • Hipotireoidismo: Trata-se de um distúrbio metabólico sistêmico resultante da produção excessiva de hormônios tireoidianos, rara em cães e frequente em gatos de meia idade a idosos.

Hipertireoidismo em Cães e Gatos – Sintomas

As manifestações clínicas características são:

  • Perda de peso
  • Polifagia (apetite exagerado) e hiperatividade

Outros sinais, menos frequentes, também podem ser observados, tais como mudanças na pelagem (pêlos embaraçados, comportamento excessivo de lambedura), poliúria (urinar em excesso), polidipsia (beber muita água), vômito e diarréia.

Alguns felinos apresentam comportamento agressivo, que se resolve após o tratamento. Atualmente há três opções terapêuticas: medicação antitireoidiana, cirurgia e radioterapia. Cada protocolo terapêutico tem suas vantagens e desvantagens. Assim, cada caso deve ser avaliado individualmente e discutido com o médico veterinário especializado em endocrinologia e metabologia veterinária.

Hipoadrenocorticismo em Cães e Gatos

Também chamada de síndrome de Addison é uma endocrinopatia pouco freqüente em cães, e ainda mais incomum em gatos. Caracteriza-se pela deficiência na secreção de hormônios glicocorticóide (cortisol) e mineralocorticóide (aldosterona) pela glândula adrenal. As manifestações clínicas são muito variáveis e dependem da severidade e da evolução da doença.
Alguns cães apresentam sintomas crônicos e intermitentes (por exemplo, vômito e diarréia) enquanto que outros apresentam quadros agudos e chegam ao hospital veterinário em choque (com baixa pressão arterial, frequência cardíaca baixa e hipoglicêmicos).
As alterações clínicas não são específicas e sim comuns a uma variedade de outras doenças. No entanto, deve-se suspeitar de hipoadrenocorticismo crônico quando uma doença tem seus sintomas exacerbados pelo estresse e respondem a tratamentos inespecíficos e à terapia de suporte. O diagnóstico baseia-se nos achados clínicos, exames laboratoriais complementares e teste funcional. Ainda que os sinais clínicos estejam presentes e os exames complementares sejam compatíveis com hipoadrenocorticismo, um diagnóstico definitivo requer a comprovação do mau funcionamento da adrenal. Para tanto, utiliza-se um teste funcional (teste de estimulação com ACTH).
De acordo com a etiopatogenia da doença, o tratamento consiste na reposição de glicocorticóides e/ou mineralocorticóides e se necessário terapia de suporte.

Hiperadrenocorticismo em Cães e Gatos

Também chamada de síndrome de Cushing é uma endocrinopatia decorrente da produção excessiva de glicocorticóides (hormônios produzidos pelas glândulas adrenais).

Hiperadrenocorticismo em Cães e Gatos – Sintomas e Diagnóstico

As manifestações clínicas mais comuns nos cães são:

  • Poliúria (urinar em excesso)
  • Polidipsia (beber muita água)
  • Polifagia (apetite exagerado), abdômen distendido e rarefação pilosa bilateral simétrica (áreas sem pelo dos dois lados do corpo).

Para se estabelecer o diagnóstico é necessário uma avaliação completa, a qual deve incluir hemograma, perfil bioquímico, exame de urina e ultrassonografia abdominal, além de testes funcionais (teste de supressão com dexametasona ou teste de estimulação com ACTH). Estabelecido o diagnóstico, o protocolo terapêutico a ser adotado deve levar em consideração o quadro clínico do paciente e a etiopatogenia (estudo das causas ou do desenvolvimento) da doença.

Hiperlipidemia em Cães e Gatos

Caracteriza-se por concentrações sanguíneas elevadas de triglicerídeos e/ou colesterol (gordura). A hiperlipidemia pós-prandial (após a alimentação) é a mais comum em cães e gatos, e pode ser considerada como fisiológica. As causas da hiperlipidemia incluem anormalidades nos lipídeos e/ou lipoproteínas plasmáticas, de origem primária (genética ou familiar) ou secundária a outra doença (por exemplo, hipotireoidismo e diabetes mellitus). As manifestações clínicas frequentemente relacionados à hiperlipidemia são vômito, diarréia e desconforto abdominal.
Casos mais graves (níveis excedendo 1000 mg/dL) têm sido associados à prancreatite, convulsões e paralisia de nervos periféricos. Além das manifestações clínicas, esta alteração metabólica pode interferir nos resultados de diversos testes bioquímicos (exames de sangue) realizados rotineiramente.
Antes do início do tratamento, sempre quando possível deve-se diferenciar a hiperlipidemia primária da secundária, visto que a secundária irá melhorar ou até mesmo ter sua resolução espontânea ao se realizar o tratamento da doença primária. O tratamento com medicamentos, devido ao seu potencial tóxico, deve ser prescrito com muita cautela, somente após avaliação do médico veterinário.

Considerações finais

Agora que você já conheceu um pouco mais das principais doenças endócrinas e metabólicas que podem afetar a saúde dos cães e gatos, fique atento! Caso o seu pet tenha algum dos sintomas que apresentamos aqui, procure imediatamente o médico veterinário.

Dra. Alessandra Martins Vargas – CRMV-SP 10089
Endocrinologia Veterinária