Temporada de Verão e os cuidados especiais com os Pets

Foto: Reprodução

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As temperaturas estão subindo e, com elas, crescem também as preocupações em torno do bem-estar dos animais de companhia. Assim como os humanos, os pets precisam se adaptar ao calor e a umidade. Pequenas alterações na rotina de cuidados garantem a saúde de cães e gatos.

O médico veterinário Dr. Marcelo Quinzani, diretor clínico de um Hospital Veterinário em São Paulo, esclarece que a hipertermia, as infestações de ectoparasitas, as picadas de mosquitos e pernilongos, as viroses e doenças de peles são alguns dos problemas que acometem os animais nesse período.

Quinzani explica que durante o verão também é mais comum a proliferação das pulgas, mas os carrapatos também podem infestar os animais. “Neste caso, deve-se intensificar o uso dos preventivos, levando em conta que a frequência maior de banhos diminui o período de ação da maioria dos produtos usados no controle dos ectoparasitas. Então, manter a pelagem do animal curta ajuda na visualização dos possíveis parasitas. Se houver presença de pulgas ou carrapatos deve-se procurar um médico veterinário para fazer a indicação da aplicação dos preventivos e antiparasitários e de exames de sangue, se necessário”, comenta.

Os cães também sofrem com as picadas de insetos que, além de provocar incômodo, podem transmitir doenças como a leishmaniose e dirofilariose. As picadas normalmente ocorrem nas regiões sem pelos – ponta do focinho, orelhas, ao redor dos olhos e abdome – nas quais é possível visualizar as lesões de picadas com coceira intensa no local.

Os ferimentos nunca devem ficar expostos porque podem atrair moscas que depositam suas larvas na pele do animal, provocando infecções que lhe trazem grande incômodo. Existem ainda as moscas que depositam suas larvas em pele íntegra, os conhecidos bernes. Em todos esses casos há a possibilidade de prevenção com coleiras e sprays repelentes, além do controle dos mosquitos com telas nas janelas, controle de lixo e água parada e de outros resíduos ambientais que possam atrair esses insetos.

O período de chuvas também aumenta a incidência de leptospirose: doença transmitida pela urina de ratos disseminada pelas enxurradas e alagamentos. Para prevenir essa virose, o animal deve ser vacinado regularmente, além de ser impedido de entrar em contato com os locais potencialmente contaminados.

Animais que vivem em casa exigem esse cuidado redobrado, pois os roedores transitam livremente entre as casas, procurando restos de alimentos, rações e mesmo fezes dos animais. Por isto, deve-se manter o ambiente limpo e não deixar a ração exposta durante a noite.

Se o animal entrar em contato com águas de enchentes e apresentar sintomas como febre alta, apatia, diarreia e vômitos, o encaminhamento ao profissional qualificado deve ser feito imediatamente. Os animais de companhia também podem transmitir a doença aos humanos pela urina e fezes.

câncer de pele é outra preocupação que afeta os animais. “Cães e gatos que têm a pele muito clara – ou rosada – quando submetidos à exposição ao sol também podem desenvolver sarcoma, que geralmente ocorre nas áreas sem pelo. As maiores vítimas são os animais albinos, gatos brancos, boxers brancos ou animais que, mesmo não sendo totalmente brancos, tenham a ponta do focinho, orelhas, ao redor dos olhos e abdome despigmentados. Esses animais não devem tomar banhos de sol, mas, se a exposição for inevitável, deve-se usar bloqueador solar nessas partes”, explica o veterinário.

Equipe Núcleo Vet

Verão, calor, moscas e pernilongos: Uma combinação Perigosa

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Todo mundo sabe que as infestações por moscas e pernilongos se tornam mais frequentes no verão e variavelmente se tornam um grande problema na transmissão de algumas doenças e até mesmo um incômodo para as pessoas e os animais.

Por mais limpo que seja o ambiente, mesmo recolhendo as fezes e mantendo o ambiente limpo e desinfetado, as moscas têm um sistema de identificação de odores que deixaria o melhor cão farejador com inveja.

Elas sentem cheiros e odores que as atraem a distância, podendo colocar seus ovos/larvas em feridas e secreções ou mesmo na pele íntegra. Assim, a contaminação de feridas por larvar de moscas acontece mesmo nos ambientes mais limpos e arejados.

Outro problema são os pernilongos que incomodam muito e podem transmitir algumas doenças como dirofilariose (doença do verme do coração), leishmaniose e ou mesmo de alergias e irritação da pele pela simples picada do inseto.

Pulgas também se aproveitam do calor e umidade para se reproduzirem com maior velocidade e causarem infestação ambiental e desconforto para o animal.

Saiba aqui quais os principais insetos do verão e de como se proteger deles:

– MOSCA VAREJEIRA:

Mosca grande e esverdeada que se alimenta de tecidos necrosados e secreções, como feridas ou mesmo locais de secreção purulenta como olhos, narizes, dentes com tártaro, secreção vaginal ou pústulas na pele. Elas depositam seus ovos/larvas nesses locais onde crescem rapidamente (questão de horas) formando as miíases ou bicheiras. É MAIS COMUM NESSA ÉPOCA DO ANO!

Prevenção: Limpeza do ambiente, recolhendo fezes e restos de comida, mantendo o animal limpo com banhos mais frequentes, tosados e vitoriando toda e qualquer fonte de secreção como vulva, olhos, dentes ou pequenas feridas de pele. Animais mais velhos são as maiores vítimas das miíases.

Animal com feridas traumáticas ou cirúrgicas ou mesmo com curativos e talas devem tomar muito cuidado. O uso repelentes a base de citronela, uso de preventivos como Capstar, Revolution, Program entre outros, SEMPRE SOB PRESCRIÇÃO VETERINÁRIA ajudam muito no seu controle.

– MOSCA BERNEIRA:

Mais comum em zona rural ou com muita vegetação. Coloca uma ÚNICA LARVA por ponto de picada EM PELE INTEGRA, ou seja não precisa de ferida ou secreção para atrair essa mosca. Com o seu desenvolvimento, observamos vários nódulos na pele do cão ou da pessoa que coça muito e com o tempo apresenta secreção purulenta, e então nesse estágio, passa a atrair também a mosca varejeira.

Prevenção: Manter o ambiente limpo, evitar acúmulo e matéria orgânica e colocar repelentes ambientais para moscas podem ajudar no controle do berne. O uso de Capstar, Revolutiom, Frontline e outros também previne a instalação da doença.

– MOSQUITOS (MOSCA DOS ESTÁBULOS) E PERNILONGOS (Culex e Aedes):

Podem transmitir algumas doenças especificas como dirofilariose ou leishmaniose. Além das doenças que alguns insetos transmitem, as moscas que picam as pontas de orelhas, assim como os pernilongos, causam irritação local e muita coceira. Essa alergia é muito comum nas pontas de orelhas, ao redor dos olhos e áreas sem pelo como nariz e barriga.

Repelentes a base de citronela no corpo todo ou nas pontas de orelha e no ambiente ajuda muito. Existem pastas com repelentes naturais que, se passado nas pontas de orelha, afastam esses vetores. O uso de coleiras especiais que tem ação repelente também tem indicação.

– PULGAS:

Infestações de pulgas ocorrem o ano todo, mas no verão quer seja pelo calor e umidade, quer seja por que os animais saem mais a rua e parques, observamos uma maior incidência de pulgas e não raramente infestações ambientais em casas e apartamentos.

As pulgas adultas vivem e se alimentam do sangue do animal, mas colocam seus ovos somente no ambientes (frestas, tapetes, carpetes etc.). Quando os ovos eclodem, nascendo as pupas (filhotes de pulgas) essas voltam ao animal continuando o ciclo. Assim, além do controle das pulgas dos animais com os principais produtos encontrados no mercado, muitas vezes temos também que dedetizar o ambiente.

Pulgas causam irritação da pele, coceira, queda de pelos e podem transmitir algumas doenças. Cães e gatos alérgicos podem ter grandes problemas devido a presença de pulgas.

Equipe Núcleo Vet

Mitos, Verdades e Cuidados com seu Cão no Verão

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Quais os principais problemas enfrentados pelos cães no verão?

– Hipertermia;

– Queimadura de coxins ao passear em piso muito quente;

– Carcinoma solar em cães brancos;

– Infestações por pulgas;

– Leptospirose devido a alagamentos;

– Verminoses, etc.

Quais os sintomas da hipertermia? O que ela pode causar?

A hipertermia acontece quando o animal é submetido a ambientes quentes associados ou não a atividade física intensa e/ou estresse. Nessas situações, o animal que não transpira pela pele, como nós, não consegue perder calor pela respiração e então tem a sua temperatura corpórea aumentada de forma intensa levando ao super aquecimento, vômitos, diarreia, falta de ar, edema pulmonar, convulsões e morte.

Como garantir que o cão não sofra de hipertermia?

Evitando submetê-lo a essas situações como passeios em horários quentes, atividade física intensa no verão, deixá-lo em ambientes fechados sem acesso a sombra e água fresca, deixá-lo dentro de carros, ou mesmo em banhos e tosa com água quente, secador quente e estresse. Muitas vezes, esse animal, por estresse, pode ter a sua temperatura aumentada consideravelmente, vindo a ter os sintomas da hipertermia.

Existem raças mais predispostas a serem afetadas pelo problema?

Sabidamente, os animais de focinho curto, também chamado de braquicéfalos, como o Bulldog, Boxer, Pug, Shih Tzu, Lhasa Apso, Pequines, mas, teoricamente, todos os cães podem ter a hipertermia pela inabilidade de perder calor pela transpiração da pele.

Qual a importância da hidratação nesse período?

A hidratação ajuda a manter a temperatura do cão em níveis normais, mas mesmo o animal hidratado se submetido a altas temperaturas pode desenvolver e hipertermia.

Os banhos podem ser frequentes? Qual a relação deles com a proliferação de pulgas e carrapatos?

Os banhos devem acontecer a cada 7 a 15 dias de acordo com a recomendação do médico veterinário. Banhos deixam o animal mais confortável nos dias quentes e podem ser usados como recurso para deixá-lo mais agradável. A tosa para os animais mais peludos também pode ajudar. Como no verão aumenta a incidência de pulgas os banhos ajudam a controlá-las pela simples visualização e pelo uso de preventivos mais frequentes, mantendo o pelo sempre limpo.

Como impedir que o cão seja atacado por mosquitos e pernilongos? É indicado o uso de coleiras e spray repelentes?

Mantendo o ambiente limpo, mantendo o animal tosado e com pelo limpo para evitar a atração de moscas e usar coleiras ou repelentes naturais (citronela) para afastar os insetos, principalmente os pernilongos.

Os cães podem ser vítimas de viroses? Por que?

Sim. No verão a virose mais comum é a parvovirose e coranovirose que causam diarreia e vômito, cujo vírus resiste mais em ambientes úmidos e quentes. Nessa época é bastante comum o aumento da incidência da Leptospirose que é causada por uma bactéria presente na urina de ratos e que sobrevive muito bem em águas paradas e em inundações. Pode se dizer que as condições do verão são favoráveis a essas doenças.

Como evitar que isso ocorra?

Fazendo a vacinação anual contra essas doenças, mantendo o ambiente limpo para evitar a presença de ratos e evitar que o animal entre em contato com enxurradas e alagamentos.

Como proteger os cães do sol?

Evitando passeios nos horários mais quentes do dia, evitar que animais brancos, albinos e despigmentados saiam ou fiquem muito tempo no sol e usando protetores solares nas partes mais expostas, como orelhas, barrigas e plano nasal.

Eles podem sofrer de câncer de pele? Quais as raças mais propensas?

Sim, devido a exposição intensa e contínua ao sol, e por esse motivo é mais comum em animais mais velhos. As raças brancas, albinas e despigmentadas são a mais propensas, principalmente nas pontas de orelhas, nariz, pálpebras e barriga (locais sem pelo).

O Calor é Prejudicial ao seu cão

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Hipertermia é o termo que descreve a elevação da temperatura corpórea. Essa elevação normalmente ocorre como uma resposta a processos inflamatórios ou ao calor excessivo. Quando o cão é exposto a altas temperaturas, a hipertermia aparece e é uma condição gravíssima que requer tratamento médico imediato. Uma vez que os sinais clínicos de hipertermia são identificados, existe um tempo extremamente curto para reverter o quadro com medidas apropriadas ou fatalmente o animal virá a óbito.

POR QUE ACONTECE?

Os cães não transpiram pela pele como os humanos e outros animais como os cavalos e os bovinos.  Eles perdem calor pela respiração e transpiram muito pouco pelos coxins plantares e pelo nariz. Como essa área é muito pequena em relação à extensão do corpo, ela é insuficiente para manter a temperatura corpórea próxima da temperatura normal. Assim, a forma mais eficiente de perder calor é pela respiração.

Cães braquicéfalos (de focinho curto) como Bull Dog, Boxer, Pug, Lhasa Apso, Shi Tsu, Boston Terrier entre outros, estão mais suscetíveis, pois anatomicamente já é desfavorecido de um aparelho “refrigerador” adequado. Independente da raça, todos os cães estão predispostos a essa patologia se submetidos a condições ambientais desfavoráveis de calor e umidade.

Animais jovens, por terem uma tendência a se exercitarem demais, também estão nesse grupo de risco quando se exercitam em dias quentes e úmidos ou em ambientes fechados. Animais com paralisia de laringe (muito comum em Labradores) ou outras limitações respiratórias altas também fazem parte desse grupo. Assim, de modo geral, todos os cães de todas as raças submetidos a condições de calor e umidade excessiva como passeios em horas quentes do dia, exercícios vigorosos, ficar em ambiente fechado como carros, banho e tosa, associados à restrição de água podem desenvolver a hipertermia ou Heat Stroke.

SINAIS DE HIPERTERMIA

Os sinais clínicos encontrados nesse caso são respiração ofegante, hipersalivação, hipertermia (acima de 40°C), mucosas avermelhadas, taquicardia, arritmias cardíacas, vômitos, muitas vezes com sangue, diarreias também com sangue, manchas e hematomas dispersos pelo corpo, alterações mentais, convulsões, tremores musculares, dificuldade de locomoção e incoordenação motora, diminuição ou ausência da produção de urina, coma e parada cardiorrespiratória.

CUIDADOS

O animal deve ser retirado imediatamente do ambiente quente, colocado sob refrigeração ou ventilação adequada. Você também deve olhar o animal por aspersão e toalhas frias (não submergir o animal em água fria, pois leva a vasoconstrição periférica dificultando ainda mais a dispersão de calor), passar álcool nas orelhas e extremidades e procurar imediatamente um médico veterinário. Sob cuidados veterinários o animal deve ser sedado e se necessário entubado para suporte de oxigênio e providenciar infusão venosa de cristaloides em volume para choque (grandes volumes em velocidade rápida). Outros medicamentos podem ser usados de acordo com os sinais clínicos apresentados. A temperatura deve ser monitorada e, quando atingir uma temperatura fisiológica, os procedimentos de refrigeração devem ser interrompidos.

Muitas vezes as altas temperaturas causam danos irreversíveis às células de diversos órgãos e assim os animais vêm a óbito mesmo com todas as medidas tomadas. Mais uma vez os tempos entre a identificação dos primeiros sinais de desconforto térmico e as primeiras intervenções são extremamente importantes para a evolução satisfatória e para o prognóstico do animal.

MEDIDAS DE PREVENÇÃO DO HEAT STROKE

– Evitar passeios e/ou esforços físicos em dias quentes e úmidos.

– Não deixar o animal preso dentro do carro, mesmo com vidros abertos.

– Não deixar o animal em ambientes fechados ou sem acesso a sombra e/ou água fresca.

– Não dar banhos com água quente e secadores quentes no verão.

– Não submeter o animal a situações de estresse psicológico que o deixe ofegante por medo ou insegurança.

– Evitar esforços ou condições desfavoráveis para animais obesos ou que tenha anatomicamente alguma dificuldade respiratória.

– Evitar a contenção forçada do animal e uso de focinheira em ambientes quentes e fechados.

Equipe Núcleo Vet