O cachorro é o primeiro animal que não é primata que responde à vozes dessa maneira
De acordo com o estudo, o cérebro do cachorro funciona de forma similar ao cérebro humano, nesse sentido, com ambos tendo uma região dedicada ao processamento de sons. Sendo assim, ao ouvir o som de uma voz humana, a mesma parte do cérebro do cachorro e do humano, o polo temporal, acende. O Dr. Attila Andics, autor líder do projeto, explica que “a localização da atividade no cérebro canino é muito similar de onde encontramos a atividade no cérebro humano. O fato que essas regiões existem no cérebro do cachorro é uma surpresa – é a primeira vez que vimos isso em um animal que não é primata.”
Pessoas respondem a latidos da mesma forma que cães respondem a vozes
Quando os sons emitidos por seres humanos eram tocados, como um choro ou uma risada, as mesmas regiões no cérebro canino e humano foram ativadas. Isso ocorreu também quando sons caninos, como o latido ou choro de cachorro, foram tocados. Para os cachorros, mesmo entendendo as vozes humanas, suas respostas aos sons caninos eram mais fortes. Desta forma, o cérebro do cachorro responde melhor a latidos de cães, enquanto o cérebro humano responde melhor a sons humanos, comparativamente.
Ambos os cérebros processam quem emitiu o som e como essa pessoa se sente. A maneira que o cachorro processa sons de cachorro é similar com a maneira que eles processam sons de humanos, ou que humanos processam vozes humanas. O estudo implica que, talvez, os cães processam emoções da mesma forma que as pessoas.
As implicações do estudo para a teoria da evolução canina são grandes
Esse estudo tem grandes implicações para a teoria da evolução do homem com o cachorro, mostrando que ambos evoluíram para se comunicar melhor e entender o que cada um estava sentindo. Por ser no mesmo lugar nos dois cérebros, o estudo aponta que essa área do cérebro canino provavelmente se desenvolveu há 100.000 anos, durante as primeiras interações e convivência entre humanos e cachorros.
Como o estudo foi conduzido
O estudo contou com a participação de 11 cachorros e 22 voluntários. Todos tiveram os seus cérebros escaneados no aparelho de ressonância magnética. Primeiro, os cachorros precisaram ser treinados para usar a máquina de ressonância. Todos foram treinados com reforço positivo, o que fez a experiência para eles divertida. Os cachorros fizeram 12 sessões de treinamento preparativos e, depois, sete sessões já na máquina. Após esse treinamento, os cachorros já conseguiam ficar até oito minutos fazendo o exame e já conseguiam fazer o estudo. Essa pesquisa marca uma das primeiras vezes em que humanos e cachorros participaram do mesmo estudo, passando pelos mesmos exames, e que os seus resultados foram comparados.
Via: Link Animal