Muitos médicos veterinários, quando recebem um paciente em seu consultório, procuram examinar os olhos do animal, com o uso de um foco de luz ou não. Essa prática normalmente é feita a fim de procurar alguma alteração, como o aumento da pupila, chamado na medicina de Midríase. Esse sintoma pode ajudar o profissional a desconfiar de vários tipos de alterações e doenças no cão. Em âmbito fisiológico, a Midríase é causada pela contração do músculo dilatador da pupila que, ao se repuxar, faz com que a pupila aumente muito seu tamanho, tomando grande parte da íris. É importante ressaltar que a Midríase, em alguns casos é normal, como por exemplo, numa descarga de adrenalina no sangue do pet ou em ambientes com pouca luminosidade.
As causas podem ser inúmeras, variando de patológico (doença) até mesmo a uma resposta normal do organismo do cão, como dito anteriormente. Na maioria dos animais que dão entrada na clínica veterinária com esse sintoma, a midríase é decorrente de uma intoxicação por produtos químicos, medicamentos, plantas e etc. Outro fator também muito comum é a lesão cerebral, causada principalmente pelo traumatismo no momento do atropelamento, como também quando o animal apresenta um quadro de choque circulatório. Grande parte das doenças sistêmicas também acarretam a dilatação da pupila, por isso é importante a avaliação de um especialista.
O sintoma da midríase, normalmente vem junto de vários outros sinais clínicos de diferentes regiões do corpo do animal. Isso vai depender, é claro, do fator primário que acarretou toda essa alteração. As principais sintomatologias, que na grande maioria das vezes aparecem concomitantemente da dilatação da pupila, são: Vômitos; Diarréias; Prostração; Anorexia; Letargia; Sinais neurológicos (convulsão, tremores e pressão da cabeça contra objetos). Existem alguns animais que não apresentam sintomas, além da Midríase, por isso é necessária a avaliação de um médico veterinário.
O diagnóstico é feito através de uma boa anamnese, seguida de um exame clínico detalhado. O profissional irá verificar a provável causa de toda a alteração existente no animal. Na maioria dos casos, o médico veterinário irá expor o animal a diversos exames específicos, tais como: Exame de sangue, Ultra-sonografia, Raio X, Ressonância magnética e entre vários outros tipos de exames. Isso irá depender da suspeita do médico veterinário.
A midríase só irá regredir, no momento que a causa primária for tratada. Em alguns casos, como por exemplo, nas lesões cerebrais, os animais permanecem com a dilatação da pupila bem acentuada, já que na maioria das vezes, não há tratamento específico neurológico. Em animais que passaram por choque hipovolêmico ou por intoxicação, são tratados com terapia medicamentosa para reverter o caso.
Assim que o tutor observar que o animal apresenta uma midríase constante, o mesmo deve levar o cão para uma avaliação por um médico veterinário. Jamais deixe qualquer anormalidade passar despercebida, pois isso pode levar a um quadro mais grave futuramente.
Por: George Augusto von Schmalz Portella de Macedo